Crítica: Better Call Saul (3a Temporada)

ATENÇÃO: ESTE POST CONTÉM SPOILERS DA TERCEIRA TEMPORADA DE “BETTER CALL SAUL”

Mais uma temporada termina e Jimmy McGill (Bob Odenkirk) ainda não se tornou o Saul Goodman por completo. É verdade que ele finalmente criou seu alter-ego, com nome e sobrenome, ao se ver impossibilitado de exercer a profissão de advogado e tendo comprado o tempo de vários comerciais de televisão. A solução foi, então, apelar para “Saul Goodman” e fazer anúncios para vender seu tempo de TV.

No entanto, nesta terceira temporada, cujo último episódio foi ao ar nesta semana nos EUA, Jimmy está cada vez mais perto de assumir a personalidade que o público conhece de Breaking Bad. Ele testa os limites da ética e cria situações desconfortáveis para os demais, contanto que consiga atingir seu objetivo final, por mais nobre que este possa parecer.

O maior exemplo é o julgamento do processo movido contra ele por seu irmão Chuck (Michael McKean). Como visto na temporada anterior, Jimmy de fato alterou dados de um caso para prejudicar Chuck e ajudar sua namorada/sócia/única amiga Kim (Rhea Seehorn), o que fez com que fosse processado pelo próprio irmão. Qual a solução encontrada por Jimmy? Criar uma armadilha e humilhar Chuck na frente dos demais.

Esta temporada, portanto, viu o fim da relação dos irmãos, bem como a gradativa piora da condição de saúde de Chuck (que tem um final trágico no último episódio). Apesar de triste, o final de Chuck era previsível, já que ele é o responsável por trazer à tona o pior lado de Jimmy e, sem este “empurrão”, dificilmente Saul Goodman se tornaria o personagem conhecido de Breaking Bad.

Mike (Jonathan Banks) continua com sua cara fechada e suas cenas demasiadamente demoradas para uma série com apenas 10 episódios por temporada. É verdade que ele sempre tem um plano a ser executado, mas não há necessidade de gastar preciosos minutos mostrando sua execução nesta quantidade infinita de detalhes (um exemplo é a cena em que ele desmonta um carro quase que por completo, peça por peça, para encontrar um rastreador).

Outros personagens de Breaking Bad também aparecem nesta temporada, como Gus (Giancarlo Esposito), e finalmente o público pode ser o início de sua relação com Nacho (Michael Mando) e Hector Salamanca (Mark Margolis).

O ritmo da série é mais lento do que geralmente se costuma ver, o que acaba gerando menos empolgação ao final de cada episódio. Apenas quando a temporada chega ao fim é que é possível analisar tudo o que aconteceu e notar que apenas um ano se passou na vida dos personagens nestas 3 temporadas. Não se sabe ao certo nem se foi um ano completo, já que a primeira temporada começa em 2002 e esta se passa em 2003, sem fazer qualquer menção aos meses.

O que resta ao espectadores é esperar que a série seja renovada para uma quarta temporada e confiar em Vince Gilligan, também criador de Breaking Bad, que, certamente, já sabe até onde quer chegar.

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