Crítica: Lady Bird (2017)

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9/1094/1008,4/10100%89%
Números obtidos do IMDb e do Rotten Tomatoes em 21.11.2017.

O relacionamento entre mães e filhas sempre foi intrigante e é tema de muitos filmes deste ano, de comédias como Perfeita é a Mãe! 2 a dramas como The Florida Project.

No entanto, o filme que consegue capturar completamente todas as nuances e complexidades dessa relação é Lady Bird, escrito e dirigido pela atriz Greta Gerwig (não é nenhuma surpresa que o título provisório do filme tenha sido “Mothers and Daughters” – Mães e Filhas).

“Lady Bird” é como Christine McPherson (Saoirse Ronan), uma adolescente que vive em Sacramento, quer ser chamada por todos em seu último ano no ensino médio. Ela frequenta uma escola católica e sonha em se mudar para Nova York para a faculdade, afirmando que está cansada de Sacramento (“o meio-oeste da Califórnia”, nas suas palavras). O público é convidado a acompanhá-la durante 2002/2003, e testemunhamos seus altos e baixos com familiares e amigos.

Sua mãe Marion (interpretada pela brilhante Laurie Metcalf) luta para agradar Lady Bird, e elas acabam brigando sobre quase tudo, principalmente quando se trata do falta de reconhecimento de Lady Bird dos esforços dos pais para dar-lhe a melhor vida possível, apesar das restrições econômicas. Seu pai (Tracy Letts) fica preso entre estas duas personagens com personalidades muito fortes enquanto lida com sua própria depressão.

As cenas com apenas Lady Bird e Marion são definitivamente as melhores do filme, desde a primeira, quando estão no carro, até aquela em que elas estão comprando um vestido. Elas transformam uma conversa calma em uma discussão – e retornam a uma conversa normal – tão facilmente é impossível não rir e pensar em um momento em sua própria vida em que isso tenha acontecido também. Ambas as atrizes estão espetaculares, o que dá gosto de ver.

Os filmes de “coming of age” (geralmente de adolescentes) são onipresentes nos dias de hoje, mas raramente eles são engraçados, inteligentes e comoventes ao mesmo tempo. Lady Bird pode atrair todos, já que seus sonhos, desejos e sentimentos são universais e definitivamente não se limitam a Sacramento.

A cidade também desempenha um papel importante na história, uma vez que é amada e odiada pela protagonista (como a maioria das cidades são, especialmente quando alguém se muda e sente saudade de sua cidade natal). Mesmo que a protagonista tenha vergonha de suas origens na maioria das vezes, o filme pode ser visto como uma carta de amor para Sacramento, já que ajudou Lady Bird a moldar sua personalidade.

É indiscutivelmente um dos melhores filmes lançados este ano e é sempre um sopro de ar fresco ver histórias como essa contadas com um roteiro tão original.



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