Crítica: mãe! (2017)

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4/1075/1006,8/1068%42%
Números obtidos do IMDb e do Rotten Tomatoes em 16.9.2017.

Quem vai assistir à mãe! com a intenção de ver um filme de terror tradicional, provavelmente viu o trailer antes e ficou intrigado, como a maioria do público. No entanto, o novo filme de Darren Aronofsky está longe de ser um filme de terror e prova como uma campanha de marketing inteligente pode atrair muita atenção.

Quem já assistiu a Cisne Negro ou Réquiem para um Sonho, também dirigidos por ele, está um pouco familiarizado com seu estilo de filme. Nada, porém, pode nos preparar adequadamente para o que mãe! apresenta.

O filme mostra um casal interpretado por Jennifer Lawrence e Javier Bardem vivendo em uma casa isolada. Seus personagens não têm nomes, de modo que Javier Bardem aparece nos créditos como “Ele” e Jennifer Lawrence aparece como “Mãe”, apesar de não terem nenhum filho no início do filme. Ele é um poeta com bloqueio criativo, enquanto ela se dedica à construção e reforma da casa, que aparece destruída no início do filme. Ela chega a dizer que deseja construir “um paraíso”.

Certa noite, um médico, interpretado por Ed Harris, aparece na porta da casa e pede abrigo. Tal como os demais personagens, ele não tem nome e é creditado como “Homem”. Este Homem revela ser fã do trabalho do poeta, que o acolhe, apesar dos protestos da personagem de Jennifer Lawrence. No dia seguinte, Michelle Pfeiffer, “Mulher” e esposa do “Homem”, também aparece e é bem ríspida com a anfitriã, apesar de admirar o poeta.

Outros personagens aparecem e, com eles, mais “pistas” da alegoria que o diretor faz para contar ao público uma história já conhecida pela maioria. Há algumas divergências sobre a interpretação completa do filme, mas o próprio Darren disse em entrevistas promocionais que gostaria de fazer um filme sobre “a mãe de todos nós”.

Pode não ser uma explicação muito esclarecedora, mas o filme foi produzido de tal maneira que qualquer informação a mais “estraga” a real história que está sendo retratada.

Jennifer Lawrence é a personagem central do filme e aparece em praticamente todas as cenas, sendo que, na maioria delas, a câmera está fechada em seu rosto. São tantos close-ups que a plateia, de fato, começa a se sentir na pele de sua personagem, especialmente no terceiro ato. E é aí que mãe! passa definitivamente de uma alegoria possivelmente interessante para um filme extremamente perturbador, desesperador e agoniante.

As cenas finais são muito gráficas, o barulho é atordoante e a violência é extrema. Impossível não se sentir incomodado com o que se passa na tela e o desejo de que o filme acabe o mais rápido possível foi comum à maioria da plateia na sessão onde estava.

É, sem sombra de dúvidas, uma maneira que o diretor encontrou de expressar suas angústias, mas não justifica levar o restante do público à loucura junto com ele. Muito provavelmente mãe! será um dos filmes “ame ou odeie”, mas com certeza vai atrair a curiosidade de todos.



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