Crítica: Professor Marston and the Wonder Women

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9/1068/1007,0/1087%80%
Números obtidos do IMDb e do Rotten Tomatoes em 22.10.2017.

2017 tem sido um ano de muitos filmes nos EUA discutindo a origem ou “a história por trás da história” de muitos livros/personagens. Alguns exemplos são Rebel in the Rye (sobre JD Salinger e O Apanhador no Campo de Centeio), Goodbye Christopher Robin (sobre o personagem infantil Winnie-the-Pooh) e, no final do ano, The Man Who Invented Christmas, sobre o criação de Um Conto de Natal de Charles Dickens.

O mais interessante até agora, no entanto, é Professor Marston and the Wonder Women (ainda sem previsão de estreia no Brasil), especialmente devido ao seu momento de lançamento: Mulher-Maravilha foi um dos filmes mais bem sucedidos do ano e o interesse pela personagem cresceu. Além disso, o livro A Vida Secreta da Mulher-Maravilha, de Jill Lepore, permanece na lista de mais vendidos nos EUA mesmo depois de alguns anos de seu lançamento.

Escrito e dirigido por Angela Robinson, o filme conta a verdadeira história do professor William Moulton Marston (Luke Evans), um psicólogo e professor de Harvard que ajudou a inventar o teste moderno do detector de mentiras com o auxílio de sua esposa Elizabeth Marston (Rebecca Hall) no final da década de 1920. Elizabeth é assistente de seu marido já lhe é negado um doutorado de Harvard por ser mulher.

O Prof. Marston desenvolve a teoria DISC (sigla em inglês) para descrever relacionamentos, de acordo com a qual os seguintes elementos estarão presentes: Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade. Todos esses elementos aparecem no filme, especialmente durante um novo tipo de relacionamento: Olive Byrne (Bella Heathcote), uma aluna do Prof. Marston, aproxima-se dele e de sua esposa. Ela também é a sobrinha de Margaret Sanger, uma das feministas mais influentes do século XX.

Não demora muito para que os três percebam que eles estão em uma relação poligâmica e decidem viver juntos. Isso, é claro, não é fácil: ele é demitido de Harvard e, para continuar sustentando a família, tem uma idéia de escrever uma personagem de quadrinhos feminista baseada nas duas mulheres em sua vida. A Mulher-Maravilha é, portanto, a combinação da Sra. Marston, Olive Byrne e da teoria do DISC – para não mencionar o detector de mentiras, que também aparece em suas histórias como “Laço da Verdade”.

A história é interessante por si só, mas o elenco simplesmente a torna brilhante. Os três atores principais dão performances extraordinárias. Rebecca Hall brilha como a Sra. Marston, com respostas sagazes e rápidas e sempre sendo a mais inteligente dos três. Luke Evans é perfeito como o encantador e galanteador Prof. Marston, enquanto Becca Heathcote é capaz de transmitir a ingenuidade inicial, e mais tarde a maturidade, de Olive Byrne.

As músicas escolhidas para acompanhar o filme também são perfeitas, especialmente aquelas durante as cenas de amor que envolvem os três, como “Feeling Good” de Nine Simone. Também é preciso dizer que essas cenas, apesar de serem muito sensuais, são retratadas de maneira mais leve do que eu imaginava, o que as torna mais fáceis de assistir e não incômodas.

A estrutura da narrativa também é atraente, já que vemos o professor Marston defendendo a Mulher-Maravilha para Josette Frank (Connie Britton), a diretora da Child Study Association of America, em paralelo com flashbacks contando ao público como começou seu relacionamento com Olive Byrne e onde ele conseguiu suas idéias para a Mulher-Maravilha. Ele especialmente deve defender toda a violência em suas histórias, e o faz a relacionando à sua teoria DISC.

Com um material interessante, bem como com ótima execução, Professor Marston and the Wonder Women é um dos filmes mais divertidos e envolventes do ano e deixa o público curioso para saber mais sobre o que realmente aconteceu antes da Mulher-Maravilha.



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