Crítica: House of Cards – 4a Temporada (2016)

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7/10Indisponível9/1089%92%
Números obtidos do IMDb e do Rotten Tomatoes em 19.3.2016.

AVISO DE SPOILERS: NÃO LEIA ESTE POST SE VOCÊ AINDA NÃO ASSISITIU À 4a TEMPORADA DE HOUSE OF CARDS

Difícil escrever sobre House of Cards, uma ficção, ao mesmo tempo em que a situação política no Brasil está tão caótica e imprevisível quanto um roteiro de série de TV. Mas é melhor não falarmos sobre a política brasileira e nos atermos apenas à quarta temporada da série que fala sobre a política dos EUA.

Como já mencionei ano passado, quando escrevi sobre a terceira temporada, House of Cards piorou consideravelmente ao longo dos anos. As duas primeiras temporadas foram realmente ótimas e intrigantes, mas parece que os roteiristas erraram a mão na terceira. Agora, sinto que houve uma melhora, mas não chega a ter a mesma qualidade do início da série.

O maior problema enfrentado por House of Cards, na minha opinião, é que chegamos a um ponto em que é impossível torcer genuinamente por qualquer um dos personagens principais – nenhum deles vale nada. A briga entre Frank (Kevin Spacey) e Claire (Robin Wright), que se iniciou no final da temporada passada e perdura por quase a metade desta, chegou a um nível de mau-caratismo que fica difícil acreditar que um dia eles foram marido e mulher de verdade. Também não dá para torcer pelo Doug (Michael Kelly), que faz qualquer coisa por Frank. Ao menos a história dele nesta temporada está mais interessante e menos irritante do que na passada. Mas ele só sussurra e fica com aquela cara amarrada o tempo inteiro!

O que me agradou desta vez foi o fato de concluírem algumas histórias que haviam sido esquecidas na temporada anterior. Estava me incomodando o sumiço do jornalista Lucas Goodwin (Sebastian Arcelus), preso na segunda temporada depois de descobrir sobre os crimes de Frank. Verdade que ele aparece apenas nos primeiros episódios e morre logo, mas ao menos teve um final e fez com que Tom (Boris McGiver) se interessasse em descobrir a verdade dos fatos.

Também não simpatizo com Remy (Mahershala Ali) e Jackie (Molly Parker): já não me importava mais se eles iam ficar juntos ou não. Também não entendi a volta de Freddy (Reg E. Cathey) e Thomas (Paul Sparks). Freddy aparece muito pouco e tem um ataque de raiva totalmente inesperado e inexplicável. Thomas só aparece para transformar o “casamento” de Claire e Frank em algo mais maluco ainda – a cena dos 3 sentados para tomar café-da-manhã juntos foi muito forçada para mim.

A personagem de quem mais gostei nesta temporada foi Elizabeth (Ellen Burstyn), mãe de Claire. Talvez seja porque eu goste muito da atriz, mas a personagem realmente mudou a dinâmica da série nos episódios iniciais da temporada. Também achei interessante darem muito mais importância à Claire nesta 4a temporada. Talvez o fato de Robin Wright agora ser produtora da série e ter dirigido vários episódios tenha influenciado no roteiro, mas nos primeiros seis episódios ela parece ser a personagem principal da história. E a cena final da temporada também reforça isso. Aliás, o que foi aquela cena final?? Claire e Frank olhando para a câmera juntos, enquanto ele diz “Nós fazemos o terror”! Como torcer por um casal assim? Sem escrúpulos, egoístas, que fazem qualquer coisa para se manter no poder! Desculpe, mas realmente não dá pra querer que eles ganhem as eleições presidenciais.

A série já foi confirmada para uma quinta temporada. Espero que seja a última, porque está começando a ficar uma daquelas séries em que é impossível gostar de qualquer personagem. Deveria ter acabado na segunda, com Frank tornando-se presidente. Mas, já que isso não aconteceu, os roteiristas têm uma nova oportunidade de encerrar a história antes de se tornar um verdadeiro desastre – como aconteceu com a política no Brasil.

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