Crítica: Judas e o Messias Negro (2021)

Indicações: Oscar 2021

  • Melhor Filme
  • Melhor Ator Coadjuvante (Daniel Kaluuya)
  • Melhor Ator Coadjuvante (LaKeith Stanfield)
  • Melhor Roteiro Original
  • Melhor Fotografia
  • Melhor Canção Original (“Fight For You”)

Rating: 3.5 out of 5.

Uma das maiores surpresas deste ano durante os anúncios das indicações ao Oscar foi o fato de que Daniel Kaluuya e Lakeith Stanfield foram indicados como Melhor Ator Coadjuvante por Judas e o Messias Negro. Como os dois interpretam os papéis titulares, com Lakeith como Judas e Daniel como o Messias Negro, suas indicações na mesma categoria geraram discussões sobre quem realmente é o foco do filme.

Baseado em uma história real, o filme se passa em Chicago, na década de 1960. Conhecemos William “Bill” O’Neal (Lakeith Stanfield), um jovem que pratica pequenos delitos e que está sendo preso por roubar um carro enquanto fingia ser um agente federal. Acontece, entretanto, que para evitar as acusações, ele concorda em ser um informante do FBI e obter informações sobre o Partido dos Panteras Negras, incluindo seu líder Fred Hampton (Daniel Kaluuya).

Fred Hampton é um grande orador público, cativando todos ao seu redor enquanto entoam “Eu sou um revolucionário” em uníssono. Bill O’Neal, por outro lado, não quer se juntar a nenhuma revolução, então suas palavras não são tão verdadeiras quanto as de Fred. Ainda assim, Bill está fazendo o seu melhor para evitar ir para a cadeia e para evitar quaisquer mortes no Partido dos Panteras Negras, sendo que o público consegue ver sua hesitação e seu medo graças ao ótimo desempenho de Lakeith.

É Daniel Kaluuya, no entanto, quem rouba a cena. Ambos já haviam trabalhado juntos em Corra! (2017), mas em Judas e o Messias Negro, Kaluuya realmente personifica Fred Hampton e faz o público acreditar que ele é aquele líder.

Além disso, o personagem principal poderia ter ficado mais claro, embora seja mais provável que o foco esteja em Bill O’Neal e seus conflitos internos, e não tanto na história de vida de Fred Hampton. Dirigido por Shaka King, Judas e o Messias Negro tem alguns problemas com o ritmo, especialmente no meio do filme. Talvez se tivesse sido um pouco mais curto, o impacto da história teria sido maior e mais eficiente.

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