Crítica: Love & Mercy (2015)

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9/1080/1007,6/1090%88%
Números obtidos do IMDb e do Rotten Tomatoes em 12.9.2015.

Toda vez que eu conto para alguém eu amei esse filme, me perguntam, em primeiro lugar, “Sobre o que é?”. Depois que eu explico que é sobre Brian Wilson, o vocalista dos Beach Boys, o comentário/pergunta que segue é “Eu não sabia que você gostava de Beach Boys”. Mas este é o grande trunfo do filme: você não precisa gostar dos Beach Boys para desfrutar desta história. Você não precisa sequer conhecer suas músicas (o que eu acho pouco provável, já eles têm uma série de canções famosas) para ser cativado por esta história.

Love & Mercy se passa em dois períodos diferentes. Um deles é a década de 1960, quando vemos (i) os Beach Boys no auge de sua carreira e (ii) os primeiros sinais da doença de Brian Wilson. Nesta parte do filme, Brian Wilson é interpretado por Paul Dano, que vi pela primeira vez em Pequena Miss Sunshine, mas que também apareceu em muitos outros filmes, mais recentemente em 12 Anos de Escravidão. Paul Dano é simplesmente perfeito nesse papel, capturando as nuances de alguém que estava à beira de um colapso mental, ouvindo vozes em sua cabeça, enquanto compunha grandes canções.

O segundo período mostrado no filme é a década de 1980, quando encontramos um Brian Wilson completamente diferente. Para esta fase, John Cusack tem uma tarefa difícil de interpretar um Brian Wilson pouco funcional. O cantor é completamente manipulado pelo Dr. Eugene Landy (Paul Giamatti, sempre ótimo), que lhe dá doses a mais de remédios, a fim de mantê-lo dominado. Ninguém o impede, já que ele é o tutor legal de Wilson. No entanto, Brian Wilson se envolve com Melinda Ledbetter (Elizabeth Banks), que quer colocar um fim a esta situação.

Portanto, o filma alterna entre os dois períodos, o que eu acho que contribui para o efeito dramático que quer nos dar. Com a alternância das cenas, é impossível não se sentir triste ao ver que sua vida teve uma continuação tão trágica, apesar do início de carreira promissor.

Como já dito, todos no elenco são ótimos e eu não posso esquecer de mencionar Diana Maria Riva, que interpreta Gloria, a empregada doméstica que assiste, impotente, ao Dr. Landy destruindo Brian Wilson. Eu também gostei da atmosfera de documentário que o filme tem quando estamos vendo o Brian Wilson na década de 1960 durante a gravação de novo álbum da banda. Finalmente, eu amei a trilha sonora feita por Atticus Ross (que também fez as trilhas de A Rede Social, Millenium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, Garota Exemplar, etc.), que conecta lindamente as canções dos Beach Boys ao longo do filme.

Love & Mercy é um dos meus filmes favoritos do ano até agora, e a história (e as músicas) continuaram na minha cabeça mesmo muito tempo depois que eu ter saído do cinema.

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