Crítica: Raya e o Último Dragão (2021)

Nos últimos anos, a Disney tem tentado atualizar suas heroínas para torná-las mais donas de suas próprias vidas e menos dependentes de pares românticos para atingir seus objetivos. Enrolados deu início a essa tendência, com Rapunzel sendo mais ativa, sendo que Frozen e Moana realmente a consolidaram, já que nenhuma das protagonistas (Elsa e Moana) teve um relacionamento amoroso.

Além de ter uma protagonista feminina independente, Raya e o Último Dragão é também um dos poucos filmes da Disney em que todos os personagens masculinos são coadjuvantes. Até a antagonista e o dragão são mulheres.

O filme conta a história de Kumandra, uma terra próspera que é tomada pelos Druun, espíritos malignos que literalmente petrificam as pessoas e se multiplicam após absorverem sua força vital. Os dragões de Kumandra tentaram parar os Drunn e criam uma pedra mágica, mas também acabam sendo petrificados e a terra foi dividida em cinco tribos. Quinhentos anos depois, encontramos Raya (dublada na versão em inglês por Kelly Marie Tran) e seu pai (Daniel Dae Kim), que treina Raya para proteger a pedra mágica e acredita que as tribos podem se reunir novamente.

Após uma série de eventos, Raya está em uma missão para encontrar o último dragão sobrevivente, Sisu, (dublada brilhantemente por Awkwafina), para restaurar a paz entre as tribos e reviver sua população, que se transformou em pedra.

Embora a história possa soar mais mítica do que o normal para uma animação da Disney, ela tem todos os elementos que fazem parte do estilo do estúdio, com uma forte mensagem de união e confiança nos demais ao longo do filme. Como de costume, a personagem principal tem um ajudante (Tuk Tuk), que é responsável por muitos momentos engraçados. Sisu também é hilária e a personagem mais importante da história, guiando Raya por muitos obstáculos apesar de ser muito ingênua (o que lembra um pouco o Olaf, de Frozen).

A animação é espetacular, levando a Disney a um nível totalmente novo de realismo. Os detalhes do cabelo de Raya, por exemplo, são fenomenais. As sequências de luta são igualmente empolgantes. Isso tudo é ainda mais impressionante quando lembramos que a maior parte da animação foi feita à distância, já que a pandemia obrigou todos os animadores a trabalharem de casa em 2020.

O ritmo do filme também é ótimo, com a intensa trilha sonora de James Newton Howard ajudando o filme a caminhar, além de fazer com que mergulhemos na história. Apenas lembrando: não é um musical, ao contrário dos filmes anteriormente mencionados no início do texto.

Com a pandemia ainda em andamento, será difícil saber quantas pessoas realmente assistirão à Raya e o Último Dragão, mas espero que as pessoas eventualmente consigam fazê-lo, já que é uma adição maravilhosa ao catálogo da Disney.

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