Se você gosta de Todos os Homens do Presidente (1976), provavelmente você vai gostar de Spotlight tanto quanto eu. Possivelmente um dos melhores filmes que eu vi este ano!

Spotlight é um departamento do jornal Boston Globe dedicado ao jornalismo investigativo, de modo que passam meses em uma única história. No filme, baseado em fatos reais, Walter ‘Robby’ Robinson (Michael Keaton) é o chefe da equipe, que também tem Mike Rezendes (Mark Ruffalo), Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams), Marty Baron (Liev Schreiber) e Matt Carroll (Brian d’Arcy James). É 2001 e sua nova missão é investigar alegações de abuso de crianças por padres da Igreja Católica em Boston.

Pouco a pouco, eles descobrem um esquema enorme para encobrir os casos que envolve não apenas os membros da Igreja, mas também advogados e membros do governo.

O assunto é preocupante por si só, e torna-se mais desconfortável ainda quando as vítimas – já adultas – são entrevistadas pelos jornalistas e descrevem como os padres se aproveitaram de sua posição de superioridade para molestá-las. Outro aspecto que torna o filme mais interessante: o número de igrejas que aparecem nele. Filmado em locações, há uma igreja ao fundo de quase todos os lugares que os jornalistas vão (incluindo uma ao lado de um parquinho infantil).

Este tópico é tão importante e no entanto, ainda não recebe muita atenção da indústria cinematográfica. O filme Dúvida (2008) vem à mente, que falou sobre isso, mas teve outro foco: o padre molestou o menino ou não? Nós nunca saberemos. Em Spotlight, no entanto, estamos falando de casos comprovados, com sacerdotes sendo transferidos de paróquias e acordos secretos sendo feitos pela Igreja para que as histórias não vazassem para a imprensa.

Todo o elenco é excelente, mas Mark Ruffalo realmente brilha como um repórter apaixonado, um pouco diferente dos outros, e com um forte sotaque de Boston.

Dirigido por Tom McCarthy, Spotlight é um daqueles filmes que nos lembram o quão importante é o jornalismo sério, especialmente nestes tempos em que qualquer um pode ser um jornalista, por cinco minutos, registrando tudo com seus celulares. Esperemos que este tipo de jornalismo investigativo continue a existir, independentemente do que acontece com as redes sociais.

Veja também nosso vídeo no YouTube sobre o filme!

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