Crítica: Barbie (2023)

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8/1081/1007,7/1090%89%
Números obtidos do IMDb e do Rotten Tomatoes em 21.7.2023.

Após meses de espera por “Barbenheimer”, o fenômeno da internet brincando com o fato de Barbie e Oppenheimer estrearem no mesmo dia, finalmente chegou a hora de vê-los no cinema!

Criada em 1959, a boneca Barbie revolucionou a indústria de brinquedos. Agora Barbie, o filme, está gerando o mesmo efeito nos cinemas, com sessões esgotadas e pessoas vestidas de rosa com grande grupo de amigos. Os números estimados de bilheteria são enormes – cerca de US$ 100 milhões só nos EUA para o fim de semana de estreia! Então, vale a pena?

De certa forma, sim. O filme não apenas fala sobre como a Barbie mudou a maneira como as meninas brincavam com bonecas, mas também discute o impacto mais amplo que teve (ou não teve) na sociedade até agora. Também nos apresenta à Barbielândia, um lugar onde todas as Barbies são o que quiserem ser, até que nos lembra, de maneira brutal, como é diferente do mundo real.

O prólogo, narrado por Helen Mirren e uma paródia de 2001 – Uma Odisséia no Espaço, nos mostra como todas as bonecas eram apenas bebês antes de a Barbie aparecer. Inicialmente loira, a Barbie evoluiu ao longo das décadas e agora existe uma Barbie para praticamente todas as etnias e profissões. E é isso que vemos na Barbielândia, onde encontramos a “Barbie Estereótipo”, interpretada com perfeição por Margot Robbie. Nós a seguimos enquanto ela cumprimenta todas as outras Barbies, que são médicas, advogadas, membros da Suprema Corte, ganhadoras do Prêmio Nobel e até presidente! Ah, e os Kens também estão lá! Mas o Ken principal (Ryan Gosling, que rouba a cena) só tem um dia perfeito se a Barbie o notar.

A ideia de Ken ser o personagem coadjuvante da Barbie não é nova. O brinquedo, afinal, só existe por causa da Barbie. Até os filmes Toy Story brincam com essa noção. Mas é ainda mais engraçado quando é Ryan Gosling quem está sendo deixado de lado.

Um dia, porém, Barbie acorda se sentindo diferente: ela está pensando na morte! Seus pés encostam no chão por completo! Ela tem celulite! Então, para voltar a ser perfeita como antes, ela é informada pela Barbie Estranha (a sempre engraçada Kate McKinnon) que ela precisa ir ao mundo real e encontrar quem está brincando com ela.

E é a partir do momento em que Barbie e Ken vão para o mundo real que as coisas se complicam e o filme começa a ter alguns problemas de ritmo. Embora seja interessante vê-los descobrindo como nosso mundo é o completo oposto da Barbielândia, algumas cenas se arrastam um pouco, mas o filme retoma o ritmo no terceiro ato.

America Ferrera, que desempenha um papel fundamental na história, está ótima como Gloria, uma assistente do presidente-executivo da Mattel (Will Ferrell) e cuja vida não é tão feliz quanto ela esperava.

O design de produção de Sarah Greenwood e os figurinos de Jacqueline Durran são realmente um deleite para os olhos e merecem ser reconhecidos pela Academia no ano que vem! Igualmente merecedores de indicações são Noah Baumbach e Greta Gerwig, ambos responsáveis ​​pelo roteiro. A direção também é de Greta Gerwig e este é seu melhor trabalho até agora (seus filmes anteriores são Lady Bird: A Hora de Voar e Adoráveis Mulheres). Barbie tem uma visão feminista muito forte de nossa sociedade, assim como os outros filmes de Greta, mas é bom saber que um homem também fez parte da criação do roteiro.

Barbie, no entanto, não seria o filme que é sem Margot Robbie e Ryan Gosling. Ambos estão afiadíssimos e interpretam com maestria cenas cômicas e dramáticas, transmitindo paixão e verdade. Apesar de a Academia costumar ignorar nas categorias de atuação, eu realmente espero que seus desempenhos neste filme não sejam esquecidos! Ryan Gosling também canta uma música muito engraçada chamada “I’m Just Ken” (Sou Apenas o Ken, em tradução livre), que também pode ser indicada.

Assim que a febre de “Barbenheimer” passar, espero que Barbie seja lembrado como um filme engraçado, inteligente, surpreendentemente triste e ousado, que não teve medo de críticas e que fez piadas que provavelmente incomodarão alguns grupos de pessoas que não estão acostumadas (ou dispostas) a ouvir críticas. Enquanto isso, “come on, Barbie, let’s go party!

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