Crítica: Oppenheimer (2023)

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7/1089/1008,8/1094%94%
Números obtidos do IMDb e do Rotten Tomatoes em 23.7.2023.

Depois de ver Barbie, é hora de falar sobre a segunda metade de “Barbenheimer”!

Oppenheimer, a primeira tentativa de Christopher Nolan de fazer filme biográfico, ficou aquém das minhas expectativas, depois de ler sobre o filme por semanas. Baseado na biografia de 2005 “American Prometheus”, de Kai Bird e Martin J. Sherwin, o filme conta a história de como J. Robert Oppenheimer (Cillian Murphy), um físico teórico, foi indispensável para o desenvolvimento da bomba atômica durante a Segunda Guerra Mundial.

Fiel ao estilo de Christopher Nolan, a história não segue uma linha do tempo linear. Pelo contrário: ao longo de três horas, existem principalmente quatro tinhas do tempo diferentes, semelhantes à estrutura de A Rede Social. Existem também dois padrões de cores diferentes que, de acordo com Nolan, servem para informar ao público quando a história está sendo contada de um ponto de vista objetivo e quando está sendo contada pelo ponto de vista subjetivo de Oppenheimer.

Em teoria, não soa tão confuso, uma vez que é uma estrutura que já foi usada antes. Mas, ao contrário de A Rede Social, Oppenheimer tem significativamente mais personagens e abrange um período de tempo mais longo, desde quando ele ainda era um estudante na década de 1920 até a década de 1950, com flashes de eventos que aconteceram no futuro também. Além disso, o filme avança e retrocede muito rapidamente, principalmente na última hora, exigindo maior atenção do espectador.

Para piorar a situação, a trilha sonora, de Ludwig Göransson, é colocada num volume tão alto que muitas vezes cobre partes importantes do diálogo. Dito isso, é realmente uma trilha sonora poderosa e faz uma enorme diferença ao criar tensão durante as cenas que, de outra forma, seriam apenas pessoas conversando em salas.

O filme em si é bastante interessante, focando na Experiência Trinity e nas alegações de que Oppenheimer era membro do Partido Comunista. É, no entanto, um pouco longo demais. Com duração de 3 horas, o filme começa a se arrastar um pouco na última hora, quando a história se passa após o fim da Guerra e Lewis Strauss (Robert Downey Jr.), membro sênior da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos, ganha mais cenas e quase se torna o ponto central do filme.

O elenco é muito grande e está repleto de rostos familiares, embora muitos deles tenham apenas algumas falas de diálogo. Matt Damon está ótimo como a General Leslie Groves, que recruta Oppenheimer para liderar o projeto da bomba atômica. Ele é capaz de injetar algum humor em um filme extremamente denso.

Emily Blunt e Florence Pugh são basicamente as duas únicas mulheres no filme e interpretam a esposa de Oppenheimer, Kitty, e sua amante, Jean Tatlock, respectivamente. Nenhuma delas tem muito tempo de tela, mas têm boas atuações.

Kenneth Branagh, Gary Oldman, Rami Malek, Casey Affleck, Jack Quaid, Benny Safdie e Jason Clarke são apenas alguns nomes que aparecem no filme, com muitos outros que completam o elenco estelar.

Apesar do grande número de personagens, Oppenheimer é o filme de Cillian Murphy e sua atuação é exatamente o que se espera de um homem tão complicado quanto o personagem que está interpretando. O público pode ver tudo em seu rosto: culpa, medo, tristeza, ambição. É muito provável que seja indicado ao Oscar em 2024.

Oppenheimer é tecnicamente um bom filme e deixa o público pensando sobre como grandes decisões são tomadas, bem como suas consequências, e como o mundo mudou depois disso. No entanto, no espírito de “Barbenheimer”, Barbie também convida o espectador a refletir, mas, ao contrário de Oppenheimer, tem uma mensagem mais esperançosa, mostrando que ainda podemos mudar o mundo em que vivemos.

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