Crítica de TV: Schitt’s Creek (Temporadas 1 – 6)

AVISO: O texto a seguir contém spoilers de Schitt’s Creek. Não leia se você ainda não assistiu ao seriado.

No ano passado, ao olhar a lista de indicados aos prêmios Emmy, um nome me intrigou: Schitt’s Creek havia sido indicado em quatro categorias, incluindo Melhor Série de Comédia. Até aquele momento, eu só havia ouvido falar desse seriado porque um amigo me recomendou dizendo que era muito engraçado, mas eu não sabia muito sobre a história.

Nos últimos meses, no entanto, tive a sensação de ver anúncios do seriado em todos os lugares. Todo o elenco esteve na cidade de Nova York para promover sua sexta (e última) temporada e artigos sobre a série continuavam aparecendo em jornais e revistas.

Quando esse período de isolamento começou, decidi finalmente assistir à série. Só então percebi o quão atrasada eu estava e como o seriado é leve e engraçado!

Criada por pai e filho (Eugene Levy e Daniel Levy), esta série canadense conta a história da família Rose ao descobrir que foi alvo de uma fraude. Ao perderem toda a sua fortuna, eles se mudam para Schitt’s Creek, uma cidadezinha que John Rose (Eugene Levy) havia comprado anos antes como uma piada no aniversário de seu filho.

Ao chegarem lá, são obrigados a morar em um motel em dois quartos adjacentes. Moira (Catherine O’Hara) foi uma atriz famosa de novelas no passado, mas agora está sem emprego. Ela usa um número incontável de perucas, que ela chama de “meninas”, juntamente com um guarda-roupa impressionante. Seu sotaque engraçado e seu vocabulário pitoresco completam sua personagem e ela é responsável por muitas das frases mais engraçadas da série.

Moira e John têm dois filhos adultos: David (Daniel Levy) e Alexis (Annie Murphy). Ambos são mimados e egoístas, pois foram criados em uma realidade muito diferente. Portanto, eles não têm noção do que é a vida real e, a princípio, desprezam a cidadezinha.

Com o tempo, no entanto, cada personagem começa a encontrar seu caminho e acaba fazendo amizade com muitos da comunidade. E essa é provavelmente a melhor parte da série: testemunhar como cada personagem se desenvolve e cresce ao longo das temporadas. Eles também percebem o quanto haviam perdido antes como família, quando basicamente ignoravam a existência dos demais. Agora eles estão mais perto do que nunca.

A principal coisa que chamou minha atenção enquanto assistia à Schitt’s Creek foi, na verdade, o que não apareceu na série: homofobia. Estou tão acostumada a assistir personagens gays na TV sempre lutando com sua sexualidade e sendo alvo de piadas ou assédio que ver a sexualidade de David não ser questionada por ninguém da cidade foi um choque para mim. Além de ser um sopro de ar puro, também é uma amostra de como o mundo poderia ser se todos fossem respeitados. A história de David com Patrick (Noah Reid) é a mais romântica da série e, por isso, foi apropriado ter o casamento deles no episódio final.

Alexis também tem muitos momentos agradáveis, mas suas falas são a melhor parte de seu personagem, desde “amei essa jornada para mim” até “ew, David!” – é sempre engraçado ver como ela reagirá às coisas. Além disso, não vamos esquecer sua música hilária “A Little Bit Alexis“!

Schitt’s Creek foi uma surpresa agradável e a série certa para se assistir no isolamento durante a pandemia. Ela nos remete à família, aos amigos e ao senso de comunidade.

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