Crítica: Em um Bairro de Nova York (2021)

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8/1088/1007,7/1097%95%
Números obtidos do IMDb e do Rotten Tomatoes em 11.6.2021.

Em um Bairro em Nova York (“In the Heights”) era para ter sido o evento do verão de 2020 nos EUA. Porém, a pandemia de COVID-19, ainda em curso, atrasou seu lançamento por um ano inteiro, mas finalmente podemos vê-lo nos cinemas ou na HBO Max (que chega ao Brasil no final do mês). O atraso causou ainda mais expectativas sobre como o filme se sairá na bilheteria. Ainda descobriremos os resultados, mas, com base na minha sessão na noite de quinta-feira, o público estava ansioso para vê-lo em uma tela grande e se envolver com os grandes números musicais que ele tem a oferecer!

Eu não pude ver In the Heights quando estava em cartaz na Broadway, então eu estava muito animada para finalmente vê-lo no cinema. E o filme não me decepcionou! Criado por Lin-Manuel Miranda (que também criou Hamilton) e dirigido por Jon M. Chu (Podres de Rico), Em um Bairro de Nova York é um filme divertido e edificante, com muita dança e grandes números musicais.

Encontramos nosso narrador, Usnavi (Anthony Ramos), pela primeira vez em uma praia, onde ele conta uma história para um grupo de crianças ávidas por ouvir – a origem de seu nome é um dos momentos mais engraçados do filme. Ele apresenta ao público Washington Heights, bairro da zona norte de Manhattan, onde é dono de uma bodega e fala sobre seus moradores: Abuela Claudia (Olga Merediz), que não é realmente sua avó, mas cuida de todos naquele quarteirão; Kevin Rosario (Jimmy Smits), dono de uma empresa de táxis e cuja filha Nina (Leslie Grace) está estudando em Stanford; Vanessa (Melissa Barrera), que sonha em se mudar para o centro da cidade e se tornar uma estilista, além de outros.

Cada personagem tem um sonho e o filme explora como nossos sonhos mudam e evoluem. Também fala sobre os sacrifícios feitos para alcançá-los, já que todos os personagens são eles próprios imigrantes ou filhos de imigrantes da América Central. Todos pensaram em Nova York como um lugar para realizar esses sonhos e esse bairro é o lugar onde todas as suas culturas se encontram, graças principalmente à sua língua comum (espanhol). Esse orgulho é bem demonstrado durante a música “Carnaval Del Barrio” e muitas das canções misturam espanhol e inglês nas letras.

Apenas uma observação: há uma bandeira brasileira no fundo durante a canção “Carnaval Del Barrio”, mas como nenhum personagem brasileiro está no filme, presumo que todos falem espanhol, que é o que os une, apesar de seus diferentes países de origem.

Os números musicais são todos grandiosos, com muita coreografia e centenas de pessoas, e é impossível não se envolver com as histórias desses personagens. Um dos melhores números musicais é “96.000”, que se passa principalmente numa piscina pública e é muito divertido de assistir.

O número mais emocionante é provavelmente “Paciencia Y Fe”, cantada pela Abuela Claudia. Olga Merediz faz um trabalho fenomenal e rouba o filme com essa música.

É, no entanto, o filme de Anthony Ramos. Ele incorpora Usnavi perfeitamente e nos mostra uma ampla gama de emoções ao tentar descobrir o que realmente nos faz sentir como se estivéssemos em casa. A última canção do filme é, de longe, a que mais me marcou e com a qual eu mais me identifiquei. Ramos originou os papéis duplos de John Laurens e Philip Hamilton no musical Hamilton. Ele também está em Nasce Uma Estrela, mas é realmente com Em um Bairro de Nova York que ele brilha.

Claro, o filme tem seus problemas. Pareceu um pouco longo perto da metade, mas acelera o ritmo novamente e termina muito bem!

Mesmo para aqueles que nunca foram a Nova York e podem não entender completamente todas as referências ao trem A ou aos números das ruas, Em um Bairro de Nova York conta uma história universal de sentir que você pertence a algum lugar e como mudar seus sonhos de acordo com a sua realidade. Definitivamente vale a pena! Ah! E não se esqueça de ficar para a cena pós-crédito!

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